segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

o DNA de nossa comidinha

O DNA da nossa comidinha
Nada mais brasileiro que uma feijoada com caipirinha, certo? A feijoada foi criada pelos escravos, eles recebiam restos de animais que os seus donos não queriam comer, como pé, rabo, língua, orelha. Tudo isso era misturado no feijão e cozido por algumas horas e depois era só se deliciar.

Mas não é bem assim não. Os judeus, antes mesmo do descobrimento do Brasil, já tinham um tipo de comida parecida com a feijoada. Isso acontece porque eles têm a proibição religiosa de trabalhar aos sábados. Isso inclui até mesmo acender o fogo para cozinhar.

Para não comer comida fria, então, colocavam feijão, carne e muita água para ferver na sexta-feira, e deixavam em fogo branco durante todo o sábado. Quando tinham fome, era só pegar a comida quentinha com o fogo do dia anterior. Agora, é claro, os judeus não comem porco, portanto isso era bem diferente da feijoada atual.

E a caipirinha? Essa é brasileira mesmo, especialmente a cachaça. Para transformar a cana em açúcar mascavo, era preciso tirar o bagaço e cozinhar, cozinhar, até a água secar.

Só que aquele vapor ia se condensando no teto, fazendo pequenas gotinhas que pingavam, daí o nome pinga. E mais do que isso, essas gotas, quando caíam nos machucados dos escravos, ardia, daí o nome água ardente.

Inicialmente Publicado na seção "Que História é Essa" do portal AcessaSP

autoria: Leandro Villela de Azevedo - professorleandrovillela@gmail.com

(Revisado por Heloisa em 05/05/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário